quarta-feira, agosto 23, 2006

Sem rumo


Há momentos na vida que não sabemos para que porto estamos a remar. Que tempestades iremos encontrar em cada esquina e que outros marinheiros sem rumo iremos cruzar.

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Sinto-me assim…. À deriva…

Remo quase sem forças

Preciso de descansar.

Parou o vento

Mas tenho que remar.

O sol queima,

Mas aquece-me a alma.

Suspiro, reclamo

Mas sinto-me viva, calma.

Aguardo a noite,

Onde as estrelas me guiarão o caminho.

Mas tenho receio que as nuvens, indesejadas companheiras,

Me deixem perdida mais uma vez…

Ansiando por outro dia, outra alvorada.

O sol volta a nascer,

Mas o vento teima em não vir.

Preciso de ajuda para encaminhar meu barco,

Para um porto seguro.

segunda-feira, agosto 14, 2006

medo = cobardia?

Não considero que ter medo é ser cobarde. Considero que o medo é meu amigo que até agora nunca me deixou mal. Sei que me tem impedido de ver e sentir coisas que certamente me fariam feliz, mas para mim só o facto de não me ter feito sofrer já merece que o carregue sempre comigo.

Sim, tenho medo de sofrer mas acima de tudo tenho medo de fazer alguém infeliz e já o fiz.

Sempre na minha vida dei tudo o que posso para ver as pessoas felizes, mesmo que eu isso implicasse ficar um pouco triste. Dizem-me que não percebem porque não me preocupo mais comigo própria, em ser feliz e que já tenho idade para saber que tenho que lutar é pela minha felicidade e depois se puder ajudo os outros.

Pois…. Mas já dizia um professor meu da faculdade: “Eu sou humanista, sou feliz com a felicidade dos outros”. E eu me sinto assim. Quero pensar que o que faço às pessoas se fosse ao contrário também o fariam…. (quero pensar, mas sei que não é verdade).

Com os anos a passar sinto cada vez mais que ser feliz com a felicidade dos outros já não me chega, mas já não tenho forças para mudar e acho que já nem vale a pena. Tudo que dei de mim criou um vazio tão fundo que nem toda a areia do mundo chegaria para tapar. Por isso continuarei a dar… sem pedir nada em troca (como sempre fiz)… Pode ser que um dia, um dia não muito longínquo alguém me queira dar algo e eu não tenha medo em o receber.