segunda-feira, junho 27, 2011

Aguardar ou lutar?


Sometimes we stare so long at a door that is closing that we see too late the one that is open. Alexander Graham Bell


Na vida não fico demasiado tempo a ver portas a fechar. Quando vejo que começa a fechar parto rapidamente para outra. O que acontece é que por vezes essas portas estão à espera que nós as simplesmente as seguremos com uma pedra...
Quantas oportunidades na vida perdi? Mas também quanto tempo ganhei por não acreditar no "se calhar"!

O sucesso é saber escolher as portas... não as escolher pela cor ou pela forma bonita, mas sim pelo que ela pode esconder do outro lado!

quinta-feira, junho 23, 2011

Repito


... é que a vida é mesmo lixada pá....

Criptonite


Já estou um pouco farta de estar só.. é bom e tal mas falta-me o abraço, o beijo, o carinho...
A vida é lix@d#....

Não há comprimidos para esta sensação? Não gosto de depender de outro para me sentir bem... feliz... mas depois destes anos todos (sim já vão alguns) esta dependência ou necessidade esta me a deixar fraca como se estivesse próximo de criptonite.

Mas também para estar pior, prefiro estar só...

quarta-feira, junho 22, 2011

A menina dos fósforos...


Esta é a história do Hans Christian Andersen que me marcou muito na infância. E ainda agora me lembro dela.

Não sei onde tenho o livro, mas li esta história vezes e vezes sem conta. O livro tinha desenhos que retratavam cada passo da história. E não deixo de me arrepiar e comover quando a leio. Aqui fica... espero que não deixe a vida igual a quem a leia.

Esta história é uma parte de mim .....

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A menina dos Fósforos....

Estava tanto frio! A neve não parava de cair e a noite aproximava-se. Aquela era a última noite de Dezembro, véspera do dia de Ano Novo. Perdida no meio do frio intenso e da escuridão, uma pobre rapariguinha seguia pela rua fora, com a cabeça descoberta e os pés descalços. É certo que ao sair de casa trazia um par de chinelos, mas não duraram muito tempo, porque eram uns chinelos que já tinham pertencido à mãe, e ficavam-lhe tão grandes, que a menina os perdeu quando teve de atravessar a rua a correr para fugir de um trem. Um dos chinelos desapareceu no meio da neve, e o outro foi apanhado por um garoto que o levou, pensando fazer dele um berço para a irmã mais nova brincar.

Por isso, a rapariguinha seguia com os pés descalços e já roxos de frio; levava no avental uma quantidade de fósforos, e estendia um maço deles a toda a gente que passava, apregoando: — Quem compra fósforos bons e baratos? — Mas o dia tinha-lhe corrido mal. Ninguém comprara os fósforos, e, portanto, ela ainda não conseguira ganhar um tostão. Sentia fome e frio, e estava com a cara pálida e as faces encovadas. Pobre rapariguinha! Os flocos de neve caíam-lhe sobre os cabelos compridos e loiros, que se encaracolavam graciosamente em volta do pescoço magrinho; mas ela nem pensava nos seus cabelos encaracolados. Através das janelas, as luzes vivas e o cheiro da carne assada chegavam à rua, porque era véspera de Ano Novo. Nisso, sim, é que ela pensava.

Sentou-se no chão e encolheu-se no canto de um portal. Sentia cada vez mais frio, mas não tinha coragem de voltar para casa, porque não vendera um único maço de fósforos, e não podia apresentar nem uma moeda, e o pai era capaz de lhe bater. E afinal, em casa também não havia calor. A família morava numa água-furtada, e o vento metia-se pelos buracos das telhas, apesar de terem tapado com farrapos e palha as fendas maiores. Tinha as mãos quase paralisadas com o frio. Ah, como o calorzinho de um fósforo aceso lhe faria bem! Se ela tirasse um, um só, do maço, e o acendesse na parede para aquecer os dedos! Pegou num fósforo e: Fcht!, a chama espirrou e o fósforo começou a arder! Parecia a chama quente e viva de uma candeia, quando a menina a tapou com a mão. Mas, que luz era aquela? A menina julgou que estava sentada em frente de um fogão de sala cheio de ferros rendilhados, com um guarda-fogo de cobre reluzente. O lume ardia com uma chama tão intensa, e dava um calor tão bom! Mas, o que se passava? A menina estendia já os pés para se aquecer, quando a chama se apagou e o fogão desapareceu. E viu que estava sentada sobre a neve, com a ponta do fósforo queimado na mão.

Riscou outro fósforo, que se acendeu e brilhou, e o lugar em que a luz batia na parede tornou-se transparente como tule. E a rapariguinha viu o interior de uma sala de jantar onde a mesa estava coberta por uma toalha branca, resplandecente de loiças finas, e mesmo no meio da mesa havia um ganso assado, com recheio de ameixas e puré de batata, que fumegava, espalhando um cheiro apetitoso. Mas, que surpresa e que alegria! De repente, o ganso saltou da travessa e rolou para o chão, com o garfo e a faca espetados nas costas, até junto da rapariguinha. O fósforo apagou-se, e a pobre menina só viu na sua frente a parede negra e fria.

E acendeu um terceiro fósforo. Imediatamente se encontrou ajoelhada debaixo de uma enorme árvore de Natal. Era ainda maior e mais rica do que outra que tinha visto no último Natal, através da porta envidraçada, em casa de um rico comerciante. Milhares de velinhas ardiam nos ramos verdes, e figuras de todas as cores, como as que enfeitam as montras das lojas, pareciam sorrir para ela. A menina levantou ambas as mãos para a árvore, mas o fósforo apagou-se, e todas as velas de Natal começaram a subir, a subir, e ela percebeu então que eram apenas as estrelas a brilhar no céu. Uma estrela maior do que as outras desceu em direcção à terra, deixando atrás de si um comprido rasto de luz.

«Foi alguém que morreu», pensou para consigo a menina; porque a avó, a única pessoa que tinha sido boa para ela, mas que já não era viva, dizia-lhe muita vez: «Quando vires uma estrela cadente, é uma alma que vai a caminho do céu.»

Esfregou ainda mais outro fósforo na parede: fez-se uma grande luz, e no meio apareceu a avó, de pé, com uma expressão muito suave, cheia de felicidade!

— Avó! — gritou a menina — leva-me contigo! Quando este fósforo se apagar, eu sei que já não estarás aqui. Vais desaparecer como o fogão de sala, como o ganso assado, e como a árvore de Natal, tão linda.

Riscou imediatamente o punhado de fósforos que restava daquele maço, porque queria que a avó continuasse junto dela, e os fósforos espalharam em redor uma luz tão brilhante como se fosse dia. Nunca a avó lhe parecera tão alta nem tão bonita. Tomou a neta nos braços e, soltando os pés da terra, no meio daquele resplendor, voaram ambas tão alto, tão alto, que já não podiam sentir frio, nem fome, nem desgostos, porque tinham chegado ao reino de Deus.

Mas ali, naquele canto, junto do portal, quando rompeu a manhã gelada, estava caída uma rapariguinha, com as faces roxas, um sorriso nos lábios… mor ta de frio, na última noite do ano. O dia de Ano Novo nasceu, indiferente ao pequenino cadáver, que ainda tinha no regaço um punhado de fósforos. — Coitadinha, parece que tentou aquecer-se! — exclamou alguém. Mas nunca ninguém soube quantas coisas lindas a menina viu à luz dos fósforos, nem o brilho com que entrou, na companhia da avó, no Ano Novo.

Hans Christian Andersen

terça-feira, junho 21, 2011

Porque talvez não?

Não a vida não tem sido fácil... não que tenha sido desenhada para o ser.... esse trabalho tem que ser nosso; o de fazer com que seja mais suportável!
E quando temos feito várias coisas e sem resultar? Qual será a razão?
Não ter jeito?
Não estar na hora certa no local correcto?
Não merecer?
Por não ter de ser?

Dou voltas à cabeça e se calhar é porque se calhar não tenho feito o esforço suficiente! Mas então porquê?
Porque ter medo que resulte?
Ter medo de chegar à conclusão que desperdicei tempo da minha vida a pensar que estava a tentar e no fundo nunca cheguei a fazer nada e que esse tempo não voltará atrás?

Não sei... só sei que não tenho jeito, e de facto a minha capacidade de escolher os melhores locais e as horas certas não é o melhor e talvez no fundo até não mereça ou não tem mesmo que ser. Mas se um dia resultar vou sofrer por não ter acreditado em mim e que a vida pode ser tão feliz como imagino que seja, apesar de saber que a felicidade completa não existe!