sexta-feira, setembro 19, 2008

Cansaço....

Estou cansada. Tão cansada que sinto as pernas dormentes e a pálpebra de cima quer tocar forçosamente na pálpebra de baixo.
Precisava tanto de ter tempo para mim. Queria estar uma semana sozinha, numa cidade desconhecida que falassem uma língua que não entendesse e sem ter nada programado.
Estar assim à deriva....
Poder dormir na rua deitada de frente para as estrelas sem medo de nada... sem medo principalmente do silêncio.
Queria poder usar os 5 sentidos ao mesmo tempo, chorar muito, e rir, rir, rir em boas gargalhadas .... sem medo que me considerem louca!

Precisava tanto! Vou dormir....


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(Este quatro tem a pintura de Salvador Dali que marcou a minha vida. Não recentemente, mas sim desde que me
lembro ser gente. Quando o vejo, parece me ver a minha cara. E sinto-me mais aconchegada p
or isso. Reconfortada... )

quinta-feira, setembro 18, 2008

O Vazio

"... O vazio sempre significa vazio de alguma coisa. O copo está vazio de água e a tigela está vazia de sopa. Nós estamos vazios de um "eu" independente e separado. Não podemos existir sozinhos. Só podemos existir em inter-relação com tudo o mais que existe no cosmos. A prática consiste em incentivar a compreensão do vazio durante todo o tempo. Aonde quer que vamos, entramos em contacto com o vazio que existem em tudo. Olhamos para a mesa, o céu azul, o nosso amigo, a montanha, o rio, a raiva e a felicidade, entendendo que tudo isso está vazio de um "eu" independente e separado. Quando contemplamos essas coisas em profundidade, vemos a natureza interdependente de tudo que existe. O vazio não significa, em absoluto, não-existência. Significa origem dependente, impermanência e não-eu.

Quando ouvimos falar de vazio, ficamos assustados. Mas depois de praticar por algum tempo, entendemos que as coisas realmente existem, mas de um modo diferente do que pensávamos. O vazio é o caminho do meio entre a existência e a não-existência. A flor não se torna vazia quando murcha e morre, mas sempre foi vazia em sua essência. Está vazia de um eu independente e separado..."

Thich Nhat Hanh

domingo, setembro 14, 2008

As Três Peneiras

Um rapaz procurou Sócrates e disse-lhe que precisava contar-lhe algo sobre alguém.

Sócrates ergueu os olhos do livro que estava lendo e perguntou:
- O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?
- Três peneiras? - indagou o rapaz.
- Sim ! A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer me contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido falar, a coisa deve morrer aqui mesmo. Suponhamos que seja verdade. Deve, então, passar pela segunda peneira: a BONDADE. O que você vai contar é uma coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo? Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar ainda pela terceira peneira: a NECESSIDADE. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta?

Arremata Sócrates:

- Se passou pelas três peneiras, conte !!! Tanto eu, como você e seu irmão iremos nos beneficiar.
Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos, colegas do planeta.


Sócrates