
"Se o meu sorriso mostrasse o fundo da
minha alma, muitas pessoas ao me verem
sorrir chorariam comigo"....
Thich Nhat Hahn, monge e filósofo budista vietnamita, um dia escreveu sobre como apreciar uma boa chávena de chá, e como temos que estar totalmente despertos no presente para conseguir apreciar uma boa chávena.
Apenas com a consciência no presente, as nossas mãos conseguem sentir o calor agradável da chávena. Somente no presente podemos apreciar o aroma do chá, sua doçura e sabor delicado.
Se estamos a ruminar no passado ou preocupados com o futuro, perderemos por completo a experiência de apreciar a chávena de chá. Olharemos para a chávena, e o chá terá terminado. Provavelmente nem nos lembraremos do seu sabor.
A vida é assim. Se não estivermos totalmente no presente, quando olharmos à nossa volta este terá simplesmente desaparecido. Teremos perdido a sensação, o aroma, a delicadeza, a beleza da vida. Sentiremos ter passado a correr por nós.
É importante perceber que o passado terminou. Aprendamos com ele e deixemo-lo ir. O futuro ainda não chegou, por isso não é importante não gastar tempo a preocuparmo-nos com ele. É uma perda de tempo. Simplesmente quando pararmos de ruminar sobre o que já aconteceu, quando pararmos de nos preocupar com o que poderá nunca vir a acontecer, então estaremos no momento presente. Só então estamos preparados para experimentar a alegria de viver.
É por não ser capaz de deixar o passado onde ele de facto pertence, bem atrás de mim e deixar de imaginar o futuro e de me preocupar com ele sempre que adormeço, que apesar de estar rodeada de pessoas lindas e momentos felizes, não tenho conseguido viver, apreciar a vida.
Acordo a pensar no ontem e passo o dia a pensar no amanhã. E à noite simplesmente me lamento de não ter aproveitado o dia que passou. Este é o meu lema, apresento-vos …..O MEU MUNDO.
Há momentos na vida que não sabemos para que porto estamos a remar. Que tempestades iremos encontrar em cada esquina e que outros marinheiros sem rumo iremos cruzar.
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Sinto-me assim…. À deriva…
Remo quase sem forças
Preciso de descansar.
Parou o vento
Mas tenho que remar.
O sol queima,
Mas aquece-me a alma.
Suspiro, reclamo
Mas sinto-me viva, calma.
Aguardo a noite,
Onde as estrelas me guiarão o caminho.
Mas tenho receio que as nuvens, indesejadas companheiras,
Me deixem perdida mais uma vez…
Ansiando por outro dia, outra alvorada.
O sol volta a nascer,
Mas o vento teima em não vir.
Preciso de ajuda para encaminhar meu barco,
Para um porto seguro.