sexta-feira, julho 14, 2006

O fruto

Teu olhar é uma raiz de uma planta
que me alimenta.
Tuas mãos são os ramos
que rastejam ansiosas pelo meu corpo.

Mas o teu amor é um fruto amargo que cresce em mim,
que me consome, que depois de colhido
deixa-me no fim.... só
esperando por outro fruto, outro amor

segunda-feira, maio 22, 2006

A pergunta....

Perguntavas-me,
questionavas-me
com medo da resposta.
Olhavas para mim, como quem temia o que eu podia dizer.

Enquanto acariciavas lentamente o meu rosto,
senti o suor e as batidas do teu coração na tua mão como se tivesse o meu ouvido junto ao teu peito.

Olhei te nos olhos, e com medo que
as minhas palavras não expressassem o que verdadeiramente sentia,
deixei que meus beijos,
o toque da minha boca na tua,
te dessem a resposta.

Abraças-te-me tão forte,
como se fosse a última vez.
Sorriste com um sorriso de criança e sussuras te me:
Agora sim, agora podemos começar a ser felizes...

quinta-feira, maio 11, 2006

Instantes Mágicos


Numa altura menos boa da minha vida, uma prima minha deu me uma folha com um excerto de um texto do livo "O Alquimista" de Paulo Coelho que me fez arranjar o livro q que aconselho a todos, pois faz muito bem à alma.
Apesar de eu continuar a não seguir o conselho dele, faço tudo que posso para tenta identificar os instantes mágicos da vida e aproveitá-los sem medo.

Aqui fica o excerto.....como diz o outro: "Vale a pena pensar nisto".

___

"(...) É preciso correr riscos. Só percebemos realmente o milagre da vida quando deixamos que o inesperado nos aconteça. Deus dá-nos todos os dias - junto com o sol - um momento em que é possível mudar tudo o que nos torna infelizes. Todos os dias procuramos fingir que não nos apercebemos desse momento, que ele não existe, que hoje é igual ao amanhã. Mas quem descobre e quem presta atenção ao seu dia é que descobre o instante mágico.
Ele pode estar escondido na altura em que enfiamos a chave na porta de manhã, no instante de silêncio após o jantar, nas mil e uma coisas que nos parecem iguais. Mas esse momento existe - um momento onde toda a força existente nas estrelas passa por nós, e nos permite fazer milagres.
Às vezes a felicidade é uma benção - mas geralmente é uma conquista. Vamos sofrer, vamos ter momentos dificeis, vamos enfrentar muitas desilusões. Mas tudo isto é passageiro e não deve deixar marcas. E no futuro, poderemosolhar para trás com orgulho e fé.
Mas pobre daquele que tem medo de correr riscos. Porque esse talvez não se decepcione nunca, nem tenha desilusões, nem sofra como aqueles que têm um sonho a seguir. Mas quando olhar para trás - porque olhamos sempre para trás - vai ouvir o seu coração dizer: «o que fizeste com os milagres que Deus semeou nos teus dias? Enterraste bem fundo numa cova, porque tinhas medo de perdê-los. Então esta é a tua herança: a certeza que desperdiças-te a tua vida».

Pobre daquele que lê estas palavras. Porque então acreditará em milagres, mas os instantes da vida já terão passado.

segunda-feira, maio 08, 2006

Em vez de dizer mal da vida... vou adoçá-la!!

Vinha agora escrever umas palavras, desabafar o que me tem passado estes dias pela cabeça, quando me lembrei: E porque não ir fazer um bolo às 23 horas da noite! Bora lá isso! (Por vezes acho mesmo que não tenho cura, coitadinha de mim, e de quem me atura!!)
Pois bem, vou vos deixar aqui a receita de um bolo facil de fazer e muito bom de se comer; então acompanhado de uma chavena de chá ou café e uma boa companhia... ui ui


Depois digam me se experimentaram a minha receita!


Bolo de Iogurte

1 Iogurte de aroma (aconselho ananás)
3 medidas (copo do iogurte) de açucar
3 medidas (copo do iogurte) de farinha de trigo
6 ovos
1/2 copo de oleo
2 colheres café de fermento

Separar as gemas das claras. No recipiente das gemas colocar duas medidas de açucar e bater até a mistura ficar com cor esbranquiçada. Nessa mistura juntar as tres medidas de farinha, o oleo, o fermento e o iogurte, tudo ao mesmo tempo. Misturar tudo muito bem ate ficarem os ingredientes bem ligados.
Num recipente à parte bater as claras em castelo com o restante açucar (uma medida). Quando as claras estiverem bem presas, pegar nesta mistura e juntar à mistura anterior. Atenção quando se colocarem as claras no primeiro preparado nao misturar mas sim envolver devagar.
Depois de tudo junto, pegar numa forma de bolo com um buraco no centro e barrar a mesma com um pouco de manteiga e um pouco de farinha para o bolo não agarrar. Introduzir o preparado anterior na forma. Colocar no forno durante 40 a 50 minutos. Ir sempre confirmando se não está a ficar queimado (convém). Aconselho que tenham pré-aquecido durante uns 10/15 minutos o forno a 180º graus.
Quando o tirarem do forno, não o desenformem logo pois este bolo como é mto fofo pode se desmanchar!

Bom Apetite


quarta-feira, abril 19, 2006

Olhos fechados


Vivi muitos anos com os olhos fechados
com medo de te ver, de te encontrar.

Temi teus beijos,
teus abraços, suspiros,teu toque no meu corpo.
MAs sempre ansiando,
que tu mos obrigasse a abrir.

Por vezes senti uma luz,
por debaixo das pálpebras,
mas quando os queria abrir... doia.

Tinha medo que a luz me parecia quente e acolhedora,
não fosse senão uma luz que me queria cegar e magoar.

Mas abri!
O calor que me dás aquece me o coração e o corpo!!
Fica assim junto a mim,
não me deixes voltar a fechar os olhos.
Não me importo de cegar,
desde que as últimas recordações
que fiquem, sejam tuas....
e para sempre, eternamente minhas!!

Andreia
_______

Poema escrito em 2001
Fase que durou ainda algum tempo mas que acabou. Não ceguei nem me aqueci... e continuei com frio!! lol
... Mas continuo com medo de abrir os olhos!!) :O)

3 Doors Down- "Here by Me"


I hope you’re doing fine up there without me
'Cause I'm not doing so good without you
The things I thought you'd never know about me
Were the things I guess you always understood
So how could I have been so blind for all these years
I guess I only see the truth through all this fear of living without you

And everything I have in this world
And all that I'll ever be
It could all fall down around me
Just as long as I have you right here by me
I can’t take another day without you
'Cause, baby, I could never make it on my own
I've been waiting so long just to hold you
And to be back in your arms where I belong
I'm sorry I can't always find the words to say
But everything I've ever known gets swept away
Inside of your love
And everything I have in this world
All that I'll ever be
It could all fall down around me
Just as long as I have you right here by me
As the days roll on I see
Time is standing still for me
When you’re not here
I’m sorry I can’t always find the words to say
Everything I’ve ever known gets swept away
Inside of your love

And everything I have in this world
And all that i'll ever be
It could all fall down around me
Just as long as I have you right here by me

terça-feira, abril 18, 2006

Recordações distantes

Encontrei um livro de poemas meus, que ja nao via ha muito tempo. Ao ler alguns poemas fiquei triste.... por saber que ja tive tao infeliz.
Agora? Agora não sei como estou. Infeliz? Não creio.... Penso que estou numa fase da minha vida sem adjectivo para a descrever.... Vou estando.... !!!! Será mau? Talvez não.

Aqui vai um dos poemas que escrevi numa dessas alturas....



- ETERNO_

Chegaram e passaram os anos.
Ausentaste-te lentamente da minha memória.
Desbotou no meu coração a tua face,
extingue-se a largura dos teus ombros,
sumiu-se a tua voz ...
e eu não te segui na selva densa que é a vida.

Hoje, calmamente pronuncio teu nome,
hoje, já não tremo quando ouço a tua voz
e perante o teu olhar,
hoje, sei que eras um entre muitos...
e como a adolescência é uma lourcura, oh!
Mas não penses que tudo foi em vão
e que tudo se apagou da minha memória.

Porque tu vives em cada palavra errada
e em cada pensamento distante,
e em cada pesadelo interminável,
e em cada beijo sufocante,
e em toda a minha vida falhada....
Vives e reinas eternamente.

quarta-feira, abril 05, 2006

Queimando meus poemas....

Reuno poemas,
desabafos de dias de palidez.
Quero os queimar, reduzi-los a cinzas.

Olho para o céu,
aguardo uma brisa para as soltar,
quero as soltar ao vento
ansiando que minhas lagrimas também partam.

Pego no ultimo poema,
mordo o labio,
abro forçadamente meus olhos para evitar que uma gota de água deslize pela minha face.
Não,
não quero mais, basta!
Basta de recordações pesadas no meu peito.
Já não consigo respirar.

Acedo um fosforo,
preparo o ultimo poema.
Tremo com duvidas....
Olho sem querer para as palavras que escrevi,
foi o dia em que me despedi de ti, meu amor.

Assopro o fosforo decidida e
decido que este não vou queimar.
Preciso dele para me lembrar
todos os dias quando o sol se erguer
que já não és meu.

Talvez um dia,
já não me lembre de ti...
e puderei queimar sem dor, o meu ultimo poema.

terça-feira, abril 04, 2006

"Palhaços" e "Botox": receita prá alma

Estou cansada e velha!
Hoje quando me estava a arranjar para uma entrevista de emprego é que reparei que não sou a mesma que no ano passado. Não me riu com tanta euforia e boa disposição natural(e com nível de decibeis demasiado altos, como fazia), mas sim com um sorriso q.b para dar um bom ambiente onde estou e com quem estou. Não só não tenho vontade de sorrir, como não tenho muita paciência para gente demasiado bem disposta ao pé de mim, começa me a irritar.

Velhice é um termo que não está correcto associar só à idade física (que consta do BI) de uma pessoa. Quando digo que me sinto me velha é porque não tenho tanta força e genica para andar ou dançar, não tenho paciência para ver televisao até tarde, nem para me arranjar para sair à noite, preferindo enrolar-me na minha manta aos fins de semana e fazer umas jogadas de sudoku ou palavras cruzadas com a gata aninhada no meu colo.
Hoje maquilhava me com um frete indescritível, e reparando que ja nao há pó nem cremes que ponha na cara que me faça ficar com um ar "fresco". Também nao pode fazer milagres pois bem.... principalmente quando o espírito está mirrado e no estado tipo roupa acabada de fazer centrifogagem como tenho o meu.

Tenho esperanças que me entre a curto prazo um "palhaço" no meu "circo" para me apimentar e alegrar os dias e "botox" injectado em formato do calor de verão que me torne mais quente sorridente e com aspecto mais nova.
Bom... depois de encontrar os ingredientes que me faltam na minha vida neste momento, nada melhor que procurá-los para me tornar numa bonita taça de gelado com cobertura de chantilly e chocolate derretido quente..... isto, é que me torne numa "taça de gelado apetitosa e fresquinha".

sábado, abril 01, 2006

O que seria...

Sempre imaginei o que seria quando te visse,
O que te diria
Como mexeria no meu cabelo
Como cruzaria os meus braços em cima da mesa.

Mas nunca imaginei o que seria se nunca te encontrasse.

Agora sei...
E não gosto do que sinto.
Não gosto de não ter com quem partilhar os meus pensamentos.
Não gosto de não ter quem me cheire o novo perfume, quem me amacie as mãos com beijos.

Quando de manhã vejo o sol a erguer-se para um novo dia,
sinto o meu coração a bater, a bater com muita força como se quisesse levantar voo e subir alto, muito alto para conseguir te ver, te encontrar,
com medo de não aguentar mais uma noite só.

quinta-feira, março 30, 2006

O que perdemos.... tão verdade



"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável. O sofrimento é opcional."

Carlos Drummond de Andrade

Estar apaixonado.... é careta?

Todos os anos os encalhados/ solteiroes têm que passar por um dia que por muito que queiram não conseguem deixar passar ao lado: Dia dos Namorados. Uns fecham-se em casa e tentam mentalizar-se que é um dia normal, apesar de os telejornais e anuncios fazerem questão de lembrar que nao é bem assim; outros mesmo saindo e fingindo tmb que o dia é completamente normal e pensam jantar fora, não conseguem deixar passar despercebido o facto de todos os restaurantes alterarem a disposicao das mesas para mesas com apenas duas cadeiras e uma rosa vermelha numa jarra ao centro; e outros (os espertos como eu) juntam uma data de solteirões e fazem uma bela de uma jantarada na casa de alguém, com mta comida e vinho tinto. Nesta ultima opcão um fenónemo interessante ocorre. Antes de as pessoas irem ao jantar pensam: "Sera que vai aparecer alguem interessante? Será que vai haver algum gajo jeitoso?"; mas depois qdo se juntam comentam que "nós solteirões é que sabemos porque estamos a aproveitar a vida sem ninguem a controlar-nos" ou dizem "Os gajos/as andam cegos" ou até exclamam em alto e bom tom que "Eu quero lá saber de deles/as, assim é que estou bem".
Pois bem eu acho isso uma valente mentira. Não, não acho mentira que o pessoal anda cegueta em nao reparar em nós (elegantes solteirões), mas sim que não precisamos de ninguem.

Todos nós precisamos de alguem ao nosso lado, de amor, carinho, alguem com quem conversar em susurros antes de adormecer. Com o tempo vou me apercebendo que é preciso alimentar a alma e o corpo e nao sao estas expressoes ou atitudes de solidao supostamente voluntaria que vao nos alimentar. É preciso nao ter medo de dizer que acreditamos no amor e acreditamos que seremos felizes. Sem isto nas nossas cabecas, nunca conseguiremos acender a luz que eu acredito que todas as pessoas tem à sua volta e assim poder aproximar as pessoas e quem sabe aproximar alguem que possamos amar e nos ame.... e acima de tudo alcançar o que todas as pessoas desejam: Ser Feliz.

terça-feira, novembro 01, 2005

Felicidade: Utopia?



Por muito que queira nunca vou ser capaz de ser completamente feliz. Entristece-me saber que estou a lutar por um bocadinho do sabor da felicidade e não o todo.
Mas por vezes penso, que não deve haver no mundo ninguém que é totalmente feliz. Quando uma pessoa acaba de alcançar algo que se esforçou para conseguir ficar feliz ou sentir-se realizada, passado um pouco já a esqueceu e está a sonhar e a planear o que fazer para conseguir ter outra coisa mais. Isto asssusta-me...
Assusta-me saber que também o assim sou. Que nunca estou satisfeita e que quero sempre mais. Sei que se fosse menos ambiciosa... se o mundo fosse menos ambicioso todos estariamos mas felizes.
Eu estaria mais feliz...

Mas gostava muito de sentir o sabor da felicidade total. Só durante um bocadinho... pode ser?

quinta-feira, outubro 20, 2005

A sede de beijo ,a fome de toque....


Eram 09 horas e o despertador tocou. Tinha que se arranjar para uma entrevista de emprego depois da hora de almoço do outro lado da cidade.
Como sempre desligou o som irritante, que ela nunca percebeu porque o escolheram para acordar as pessoas.
- É por isso que as pessoas acordam sempre mal dispostas de manhã- pensava.
- Só mais um pouquinho- pensava ela, enquanto fechava os olhos pesados e aconchegava-se.
Acordou novamente às 11.00 por causa do barulho ensurdecedor que não parava de aumentar na rua.
- Maldita cidade- resmungava enquanto olhava para o relógio.
- Irra dormi demais hoje. E que dor de cabeça! Logo vou me deitar cedo e nada de fumar erva com o pessoal ou senão já sei q vai ser a mesma história amanhã- resmungava.
Levantou-se e olhou-se ao espelho que mesmo com manchas de ferrugem deivaxa transparecer os olhos borrados da maquilhagem que não tirou na noite anterior. Enquanto tirava a maquilhagem antes de tomar banho, observava lentamente o rosto ao espelho. Desde há um ano que sempre que se olhava ao espelho seu rosto entristecia. Sentia que os quase trinta anos transpareciam na sua pele, nas suas expressões da cara e especialmente dentro da sua cabeça. Tirou a camisola velha que usava para dormir e ainda sem os olhos bem abertos tomou um duche.
- Tenho que fazer algo, não posso continuar assim- murmurava.
Tomar um duche bem longo, vestir a melhor roupa que tinha e que ainda lhe servia, maquilhar-se, colocar o seu perfume favorito que estava prestes a acabar e sair.
Estava um dia chuvoso, e enquanto passava em frente a uma montra reparou que o cabelo que tinha esticado durante mais de uma hora estava a encaracolar. Enquanto no reflexo do vidro da loja dava um jeito ao cabelo reparou que a dois metros de si um homem fazia o mesmo e endireitava o fato. Olharam um para o outro e sorriram. Ele olhou para o relogio e caminhou tão rápido que ela apesar de segui-lo atentamente com os olhos, perdeu o no meio da multidão.

Era quinta-feira e faltavam cinco dias para o natal. As ruas estreitas da cidade estavam cheia de gente que aproveitava a hora de almoço para fazer compras de natal.
Estava desempregada. Desde há três meses que tentava encontrar emprego mas sem resultado. Sentia-se inútil, e a entrevista que teria nessa tarde não lhe entusiasmava.
- Não posso comprar nem uma prenda de natal! Nem uma!- murmurava ela, quando enquanto observava o andar apressado das pessoas. Uma lágrima caia no seu rosto molhado da chuva.
Sentia que os sonhos que tinha quando estudava Artes, em se tornar uma grande pintora tinham desaparecido. Enquanto caminhava pela avenida principal relembrava-se da grande oportunidade que perdera quando terminou o curso. A escolha que fez em preferir viver para uma nova cidade com o seu namorado e não em aceitar uma grande oportunidade de trabalho na cidade em que vivia. Viveu com o namorado quatro meses, mas rapidamente o sonho que tinha em ser feliz com ele e ter os seus quadros expostos numa grande galeria afundaram-se. O homem que julgava que seria o senhor perfeito, largou-a por uma economista de uma grande multinacional. Após dois anos e sem dar-se conta, estava sozinha, longe da familia e dos muitos amigos que tinha, sem emprego fixo e sem um homem ao seu lado.

Começou a chuver torrencialmente e decidiu entrar num café. Sentou-se numa mesa e pediu um expresso bem forte e um muffin de limão. Pegou num jornal e decidiu ficar sentada até a chuva diminuir. Faltava 1 hora para a entrevista, mas algo lhe dizia que não valia a pena. E decide não ir.
Após uma hora , a chuva continuava forte e quando pedia mais um expresso reparou que o homem que estava junto a si numa montra no início da tarde corria para dentro do café a fugir da chuva. Seu olhar cruzou-se com o dela. Sorriram.
- Que raio de chuva- dizia ele ao empregado do café
-Concordo consigo, e olhe que nas notícias diziam que a verdadeira tempestade vem lá para a noite!- afirmava o empregado.
- O que deseja? Uma bebida quentinha? Um expresso, chá?- perguntava.
- Um expresso cairia mesmo bem. E um muffin também se faz favor ... de limão- respodia.
O café estava cheio das pessoas que fugiam da chuva e sentavam-se para beber algo quente e esperar que a tempestade abrandasse.
O empregado enquanto arranjava o café, olha para as mesas e diz:
- Olhe o café está cheio, mas essa menina aí nessa mesa tão sozinha, talvez não se importe que o senhor se sente!
Ele olhou para ela embaraçado e perguntou:
- Importa-se?
- Claro que não. Esteja à vontade- respondeu ela.
- Meu nome é Patricia.
- E o meu é Fernando. Que dia mais triste não acha?- disse ele com olhar tímido, enquanto focava os seus longos e brilhantes cabelos.
- Sim, mas tenho a certeza que agora vai melhorar.... - contrapôs ela com um sorriso atrevido....

quinta-feira, maio 19, 2005

Dar e Receber



Porque é que o problema tem que ser meu?
Porque é que tem ser eu a dar demais e não os outros a dar de menos?
Estas são perguntas que sempre fiz a mim própria e sempre menti na resposta. Não vale a pena mentir. Sim eu dou demais. Gosto de dar, e as pessoas gostam de me dar também.
Entao qual é o problema?
Pois bem a questão é que não gosto de receber. Não bem é não gostar é... não me sinto bem em receber. Porquê? Pois bem precisei de muito tempo para ter resposta a esta questão que me perseguiu durante muitos dias e muitas noites.
Um dia, durante um fim de semana de amigos e numa conversa de fim de noite onde todos estão na cama com luz apagada e a falar da vida, das suas tristezas e alegrias, foi numa destas noite que tive a resposta. Não tive, simplesmente dei-a.
- MAs porque é que não gostas de receber? perguntaram-me
E eu sem sequer pensar na resposta, algo me saiu da boca que me supreendeu:
- Porque acho bom demais as pessoas quererem me dar alguma coisa. Acho sempre que as pessoas me estão a dar algo é porque querem algo em troca, e não porque eu mereça.
O quarto ficou num silêncio agudo durante breves instantes e sentia-se o odor a decepção. Senti que os choquei com aquela resposta. Eu propria senti-me mal em a ter dito, não só porque nunca tinha pensado nisso mas também porque senti que os meus amigos com que estava naquele quarto achavam que eu desconfiava e duvidava da amizade deles. Fiquei triste. Preferia nunca ter tido a resposta para qual tinha uma pergunta que me atormentava.
E então alguem me perguntou:
- Porque não achas simplesmente que se as pessoas te querem dar algo é porque simplesmente gostam de ti? Não achas que estas a camuflar nessa desconfiança que tens nas pessoas o simples facto de não perceberes que és uma boa pessoa, que as pessoas te amam e querem dar te simplesmente porque mereces?
Fiquei triste com esta pergunta. Senti que tinham razão. Senti que eu fui burra todos este anos em fechar as portas do meu coração às pessoas pq simplesmente não acreditava qe haviam pessoas que podiam me amar como eu sou e não pq queriam algo em troca.
Esta pergunta ecoa nos meus pensamentos dias e noites, onde por vezes choro de raiva porque perdi momentos de ternura, carinho, amizade e amor, não pq não acreditava nas pessoas mas simplesmente porque fechava o meu coração e os meus braços, mentindo a mim propria e achando que era bom demais para ser verdade.
Tenho tentado mudar, mas é dificil. Ja fui magoada. Ja abri meu coração e meus braços a pessoas que me magoaram que fizeram que o esforço que tenho tido a abrir o meu coração, fosse em vão. Mas jã não tenho tanto medo. Só porque exitiram e existirão sempre pessoas que me irão magoar não significa que vou perder outras que merecem. Não!!

A vida é curta demais para desperdiçarmos desta forma. Quando morremos o que levamos connosco são as coisas boas, os momentos de amizade e amor vividos, as gargalhadas, os choros de alegria. E eu não quero morrer com um vazio no meu peito. Não quero nem vou!